Se você está lendo este artigo, provavelmente assinou um contrato de vacation club ou multipropriedade no exterior e agora está se perguntando se tem como voltar atrás. A boa notícia é que, sim, é possível cancelar contrato de vacation club e reverter essa situação. Mas o caminho para isso nem sempre é simples, e entender seus direitos é essencial para evitar prejuízos e trazer mais facilidade a esse procedimento.
A promessa de férias perfeitas que vira frustração
Com o preço dos imóveis subindo, a multipropriedade e os vacation clubs ganharam força como alternativas atrativas. A promessa de ter acesso a destinos paradisíacos por um custo reduzido parece irresistível. Mas, na prática, não demora muito até que os compradores percebam que caíram em uma verdadeira armadilha.
Multipropriedade e Vacation Club: qual a diferença?
A multipropriedade é um modelo de aquisição imobiliária em que várias pessoas dividem a posse de um imóvel, tendo direito a usá-lo em determinados períodos do ano. Parece uma solução inteligente, mas há restrições severas e custos que tornam o “investimento” um pesadelo.
Já os vacation clubs funcionam por meio de um sistema de créditos ou pontos, que permitem a reserva de acomodações em redes de hotéis e resorts parceiros. Parece flexível, mas a disponibilidade raramente é aquela prometida pelos vendedores.
Venda agressiva e propaganda enganosa
Se você já participou de uma apresentação de multipropriedade ou vacation club, sabe como a pressão é intensa. As empresas usam estratégias para deixar o consumidor vulnerável, com promessas de investimentos seguros, ganhos financeiros e uso sem restrições, tudo em meio a um ambiente festivo onde aqueles que decidem comprar uma cota são “celebrados”, fazendo com que, para não se sentirem excluídos, os demais também comprem. Ou seja, o objetivo é coagir o consumidor a adquirir uma cota. Mas, depois da assinatura, a realidade é outra: taxas ocultas, calendários engessados e dificuldade para reservar hospedagens.
As abordagens são cuidadosamente planejadas para convencer os consumidores a assinarem rapidamente, sem tempo para uma análise detalhada do contrato. Muitas vezes, os vendedores ocultam informações importantes ou distorcem fatos para tornar a oferta mais atrativa. Essa prática é considerada abusiva e pode ser um forte argumento para a rescisão de contrato.
Por que esses contratos são uma armadilha?
Quem entra em um vacation club ou multipropriedade buscando as promessas feitas pelos vendedores logo percebe as desvantagens:
- Disponibilidade limitada: você raramente consegue viajar quando deseja.
- Taxas de manutenção altas: os custos aumentam anualmente.
- Dificuldade para vender ou repassar: revender sua cota é quase impossível.
- Promessas irreais de retorno financeiro: em muitos casos, os vendedores falam que é um “investimento” e que você pode alugar sua cota, mas a realidade é bem diferente.
Além disso, há casos em que os contratos impõem regras complexas e penalidades severas para quem deseja sair do acordo. Isso gera um ciclo de frustração e prejuízo financeiro para os consumidores.
O contrato foi assinado no exterior, e agora?
Sim, é possível cancelar um contrato de vacation club e multipropriedade assinado no exterior, mas o processo pode ser mais complexo do que um contrato firmado no Brasil. Existem alguns pontos importantes a considerar:
1. Leis do país onde o contrato foi assinado
Cada país tem suas próprias regras sobre rescisão de contratos e direito do consumidor. Alguns lugares oferecem um período de arrependimento (cooling-off period), no qual o comprador pode cancelar a compra sem penalidades. Outros podem ter regras mais rígidas, dificultando a rescisão.
2. Direito do consumidor brasileiro
Mesmo que o contrato tenha sido assinado no exterior, há casos em que o consumidor brasileiro pode buscar amparo na legislação nacional, principalmente quando há indícios de propaganda enganosa, cláusulas abusivas ou práticas de venda agressivas. O Código de Defesa do Consumidor pode ser aplicado, dependendo da situação.
3. Ação judicial no brasil
Se a empresa vendedora tem representação no Brasil ou realiza negócios aqui, é possível ajuizar uma ação no Brasil para pleitear o cancelamento do contrato e até mesmo a devolução dos valores pagos. A jurisprudência já reconheceu casos em que contratos assinados no exterior foram anulados com base nas leis brasileiras.
Como cancelar contrato de vacation club e multipropriedade?
A boa notícia é que é possível cancelar contrato de multipropriedade e vacation club, principalmente quando há irregularidades. Os principais argumentos para rescisão de contrato incluem:
- Propaganda enganosa: se prometeram algo que não foi cumprido, você tem base legal para pedir o distrato. Essa desvantagem pode se aplicar em algumas ocasiões, tais como:
1) Promessa de investimento sem informar riscos: muitos vendedores falam que você pode ganhar dinheiro alugando o imóvel, mas sem esclarecer as dificuldades disso.
2) Uso restrito por calendário desfavorável: os vendedores alegam que você poderá utilizar o imóvel para férias, sem mencionar que o calendário geralmente não estará disponível em períodos de férias.
3) Restrição de utilização de multipropriedade por ausência do pagamento mínimo necessário: A maioria dos contratos impedem o consumidor de utilizar o imóvel até pagar um percentual mínimo, que geralmente varia entre 10% a 15% do preço total do contrato. A omissão dessa restrição configura propaganda enganosa. - Atraso na entrega da unidade: em multipropriedades em construção, se houver atraso, o cancelamento pode ser solicitado.
- Cobrança de taxas inesperadas: muitos clientes relatam aumentos abusivos e cobranças que não foram informadas no ato da compra.
- Dificuldade em realizar reservas: vacation clubs frequentemente têm regras restritivas que impedem o uso prometido.
- Direito de arrependimento: A Lei do Distrato prevê que o direito de arrependimento pode ser exercido, no prazo de 7 dias após a contratação, nos casos em que o contrato foi firmado em estandes de vendas ou fora da sede do incorporador. No entanto, para casos de multipropriedade, o comprador pode cancelar o contrato por arrependimento mesmo que ele tenha sido assinado na sede da empresa.
Na maioria dos casos, além do direito a cancelar contrato de vacation club e multipropriedade, a Justiça tem decidido que os consumidores também têm direito à devolução integral dos valores pagos quando há essas falhas. Em algumas situações, pode-se até obter indenização por danos morais e materiais, especialmente quando há forte pressão psicológica no momento da compra.
O papel do advogado especialista em distrato
Um advogado especialista em multipropriedade e vacation club é essencial para quem deseja cancelar contrato de vacation club ou multipropriedade. Ele pode analisar o contrato, identificar irregularidades e negociar a rescisão, garantindo que você não seja prejudicado financeiramente.
Além do distrato de multipropriedade e vacation club, dependendo do caso, pode-se pleitear indenização por danos morais e materiais, principalmente se você sofreu prejuízos financeiros ou passou por situações abusivas na venda do contrato.
O advogado especialista em vacation club também pode lidar diretamente com as empresas, evitando que o consumidor seja alvo de novas tentativas de convencimento para continuar no contrato. Ter um especialista ao seu lado pode acelerar o processo e garantir que seus direitos sejam respeitados.
Como a Maviene Advogados pode ajudar?
Se você está tentando cancelar um contrato de multipropriedade ou vacation club, a Maviene Advogados pode tirar todas as suas dúvidas e analisar sua situação para buscar a melhor solução. Com experiência em distrato de imóveis, nossa equipe está preparada para auxiliar em todas as etapas do processo, garantindo que você tenha a melhor estratégia jurídica para a sua situação.
Nosso escritório já ajudou inúmeros clientes a se livrarem de contratos abusivos, recuperando valores pagos e garantindo que seus direitos fossem respeitados. Se você sente que foi enganado ou está preso a um contrato que não faz mais sentido, buscar uma orientação especializada pode ser o primeiro passo para resolver essa situação.
Não fique preso a um contrato que não faz sentido para você. Se precisar de orientação, procure um especialista e entenda quais são os seus direitos. Você pode estar mais perto da solução do que imagina.
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